A inteligência geográfica – também conhecida como geomarketing – consiste em um conjunto de dados sobre aspectos locais utilizados por pessoas e empresas em suas tomadas de decisão. E o que isso significa?
Esse tipo de conhecimento é utilizado desde o século XIX para solucionar os mais diversos tipos de problemas.
Na época, parte da Inglaterra passava por um surto de cólera que, até então, as pessoas acreditavam ser disseminada pelo ar.
No entanto, um médico chamado John Snow decidiu mapear os casos que surgiam e, a partir disso, descobriu que a transmissão da doença estava acontecendo devido à falta de tratamento no sistema de esgoto da região.
Com o passar do tempo, essa análise de fatores espaciais se tornou cada vez mais difundida, sendo utilizada nos dias de hoje para definição de estratégias de mercado, políticas públicas, entre inúmeras outras aplicações.
Embora o estudo de territórios seja algo central no que se refere à inteligência geográfica, este é um conceito que vai muito além disso.
Afinal, quando se trata de entender um determinado lugar, também se está falando sobre as características da população, da disponibilidade de recursos existentes em um mesmo espaço e, inclusive, da oferta de bens e serviços.
Todos esses fatores indicam comportamentos que as pessoas terão ao morar ou passar por ali, decisões que provavelmente tomarão, e apontam oportunidades a serem aproveitadas para quem pretende investir na região.
Em outras palavras: você já deve ter reparado que existem municípios com grande quantidade de comércios, e outros em que há forte presença de indústrias, certo?
Isso acontece por vários motivos, mas um deles é a necessidade do setor fabril em se posicionar em locais que não apenas suportem o tamanho de seus parques, mas que também facilitem o atendimento a políticas regulatórias e tenham rotas que facilitem o trajeto de seus caminhões.
Esse é um exemplo comum de uso da inteligência geográfica, e que muitas vezes passa despercebido no dia a dia. Mas existem diversos outros casos em que ela se aplica.
Muita gente usa a inteligência geográfica sem nem se dar conta – por exemplo, organizando uma viagem ou indo ao trabalho.
Nesse planejamento, você provavelmente se atenta aos horários dos transportes, lugares com maior ou menor fluxo de pessoas e veículos, iluminação de ruas e estradas e disponibilidade de estabelecimentos abertos, certo?
Nos dias de hoje, isso geralmente é feito com o auxílio de algum GPS, como os de aplicativos e smartphones – que, afinal, são justamente softwares que reúnem dados geográficos em alta velocidade para facilitar escolhas do cotidiano.
Essa aplicação tem sido cada vez mais frequente também em propagandas que chegam pelas redes sociais: a partir de informações de onde o público-alvo das marcas está, elas elaboram campanhas com o intuito de atrair consumidores com perfis específicos.
No entanto, o uso de estratégias como essas é bem mais amplo no mercado, abrangendo:
Dados geográficos são bastante utilizados no Brasil por grandes e médias empresas que buscam aumentar capilaridade e potencializar vendas.
As diferenças estão, basicamente, nos objetivos de cada companhia, bem como nas particularidades de cada segmento de atuação. Conheça algumas delas.
No setor varejista, é bastante comum o uso de inteligência geográfica para estratégias de expansão.
Isso porque quanto maior o número de consumidores com as características buscadas pela companhia em uma região, também será maior a probabilidade do ponto comercial obter uma boa performance.
Por exemplo, imagine uma marca de roupas com foco no público infantil: o ideal para ela é que suas lojas estejam próximas de lugares que tenham quantidade relevante de famílias com filhos, certo?
Em uma análise de geomarketing, bastaria utilizar um software para descobrir quais são esses lugares, além de identificar também fatores como renda média local e o quanto essas pessoas pretendem gastar por ano com esse tipo de produto.
Um grande desafio para empresas do setor industrial é encontrar os pontos de venda aderentes às categorias de itens que elas produzem.
Em muitos casos, essa prospecção precisa ocorrer em mais de um bairro ou mesmo cidade ao mesmo tempo. Sendo assim, como descobrir locais com potencial em áreas às vezes pouco conhecidas ou até mesmo inexploradas pela equipe comercial?
Realizando um mapeamento de inteligência geográfica, essas companhias conseguem descobrir não apenas pontos de venda que ainda não foram cobertos pela equipe comercial, mas também o perfil da população do entorno.
Desta forma, elas direcionam sua busca de maneira ainda mais estratégica, focando nos estabelecimentos mais próximos de seus consumidores ideais, consequentemente alavancando os resultados de seus negócios.
Ainda que dados sobre localidades sejam bastante utilizados em canais digitais nos dias de hoje, essa aplicação está longe de ser a única no que se refere a marketing e comunicação.
Ao andar na rua, você já deve ter reparado que as propagandas veiculadas em banners e outdoors não são as mesmas em uma cidade inteira – e talvez já tenha se perguntado quais os critérios para isso.
Nessas divulgações out of home, é comum que as agências procurem posicionar suas ativações em lugares com alto fluxo de pessoas, como metrôs e pontos de ônibus, além de estarem próximas dos serviços que pretendem promover.
Afinal, não há nada mais conveniente que colocar um anúncio de hambúrgueres pertinho de uma rede de fast food especializada justamente em… hambúrgueres, por exemplo.
A inteligência geográfica possui aplicações amplas e diversas no mercado, apoiando na elaboração de estratégias e soluções para variados segmentos.
Seja com objetivo de expansão no varejo, pulverização de PDVs na indústria ou definição de ações publicitárias, dados como esses garantem mais precisão e profundidade ao planejamento das empresas. Saiba mais a respeito: