Em um mercado cada vez mais digital, atenção à segurança de dados nas empresas é uma grande necessidade.
Todos os dias, é preciso lidar com possíveis ataques que colocam em risco a proteção não apenas de informações sensíveis da companhia – como finanças estratégicas, por exemplo – mas também de funcionários, parceiros e clientes.
Isto é, qualquer pessoa que já teve contato com o negócio pode acabar sendo exposta.
Por outro lado, apesar dos problemas que uma má gestão disso podem causar, possuir uma base que coleta informações de aspectos como interesse de consumo, poder aquisitivo e endereço do público-alvo continua sendo vantajoso.
Afinal, são informações imprescindíveis para obter vantagem competitiva e garantir a satisfação dos consumidores, pois permite oferecer o produto que o cliente precisa, onde ele precisa.
Portanto, é necessário buscar um equilíbrio entre esse risco que a concentração de informações-chave acarreta, e ao mesmo tempo utilizar essa capacidade para gerar oportunidades de aumento de vendas.
E de que forma isso é possível quando se utiliza ferramentas de geomarketing para melhor entendimento do cliente? É sobre isso que falaremos neste post.
O que é a segurança de dados
A segurança de dados envolve uma série de processos complexos, que se tornam ainda mais desafiadores conforme a quantidade e a sensibilidade das informações sob a posse da empresa.
Cuidar dessa proteção exige rigor desde o início da coleta, devendo se estender também às etapas de tratamento e armazenamento das informações.
No entanto, ter apenas contratos assinados pelas partes não é suficiente para garantir a privacidade destes documentos.
É necessário ainda investimento em criptografia de ponta, equipes capacitadas em cibersegurança e monitoramento constante, de modo a fazer com que eventuais riscos sejam evitados.
O papel da LGPD
É disso que trata a nova Lei Geral de Proteção de Dados, em vigor desde agosto de 2021.
Com o objetivo de padronizar normas e garantir a privacidade das pessoas, o regulamento estabelece definições sobre os usos que as organizações podem fazer dos dados que elas obtêm.
O consentimento explícito de quem os fornece a alguma companhia e a possibilidade de que essa pessoa solicite a exclusão deles são parte dos fatores que passaram a valer a partir dessa legislação.
Por exemplo, uma empresa do setor financeiro, ao registrar o nome, endereço, renda, ou quaisquer outros indicadores sobre seus clientes, precisa garantir a confidencialidade desse material.
Além disso, deve torná-lo disponível apenas às pessoas responsáveis por ele, mantendo essas informações no sistema apenas pelo tempo necessário.
Quando se preocupar com a adequação no geomarketing
No caso de companhias que utilizam ou contratam serviços de inteligência geográfica de mercado, é necessário, ainda, averiguar até que ponto esses mapeamentos interferem na privacidade das pessoas.
Isso porque, quando se fala no uso de informações como essas para planejamento de estratégias, as possibilidades são muitas.
Afinal, o geomarketing está presente em aplicativos de delivery, segmentação de campanhas digitais, expansão de redes de varejo, entre inúmeros outros casos.
Mas a questão central para entender os efeitos da LGPD nesse processo pode ser resumida em uma pergunta: o quanto a empresa que presta serviço a você precisa de dados pessoais para realizar um atendimento eficaz?
Uma questão como essa é importante para entender mais do que o nível de adequação que ela precisa ter às novas regulamentações, mas também a dimensão dos desafios de cuidar e garantir a segurança dos dados dos usuários.
Não é mera eventualidade, portanto, que cada vez mais sites, aplicativos, redes sociais e serviços em geral bombam em pop-ups e solicitações de permissão de compartilhamento.
Em determinadas situações – como localização de endereço para entrega de comida -, isso é indispensável.
Por outro lado, em empresas que já utilizam a georreferenciação ou a geolocalização com atenção especial e respeito à privacidade, as preocupações são mínimas.
Como a generalização garante a privacidade
Diferentemente de serviços que atendem diretamente ao consumidor final, no geomarketing as informações são tratadas de maneira generalizada.
Isto é, ao invés de endereços de residências, telefones pessoais, CPF ou similares, as ferramentas captam dados que não identificam indivíduos específicos.
O que ocorre é um mapeamento por características populacionais dentro de territórios em diferentes escalas.
Por exemplo, ao invés de saber o quanto um morador da casa X possui de renda mensal, é realizada uma mensuração da média de domicílios por bairros, municípios, ou outras formas de divisão geográfica.
Uma vez que este tratamento das informações garante o anonimato desde o início da coleta, a segurança de dados pessoais fica totalmente assegurada.
O mesmo ocorre com todas as outras informações.
Seja no que se refere ao potencial de consumo, seja no entendimento da dinâmica de um local, os indicadores apontam resultados que estimam uma média da região.