“Perguntas difíceis não são feitas em tempos tranquilos”, Foi o que disse o então CEO do Walmart, H. Lee Scott, no auge da crise financeira em 2009. Mas você conhece a sensação de quem enfrenta a crise econômica no Brasil diariamente.
A ordem imediata é caça ao desperdício: nenhuma torneira pingando. Ameaçadas pela crise, as empresas são obrigadas a encontrar soluções criativas.
Eis algumas ideias para o mercado varejista que você pode colocar em prática:
Quem vem de outras crises conhece o perigo de que as lojas se esvaziem.
É sempre um exercício saudável a busca por novos consumidores. Mas se a clientela desaparecer, é sua missão trazê-la de volta.
Por isso em épocas de instabilidade vale investir principalmente na fidelização de consumidores que adquiriram seu produto no passado. É mais rápido e custa menos. Quem antes foi até sua loja é porque teve algo que o atraiu.
Meio caminho andado: ele escolheu a sua marca em detrimento da concorrência.
Essa é uma vantagem competitiva especialmente para negócios de menor porte, que além de não terem acesso a grandes campanhas de marketing, estão mais próximos da clientela.
Fica mais fácil conhecer os hábitos de compra do público-alvo, qual o perfil dele e de onde ele vem. Questões fundamentais para quem quer oferecer o melhor tratamento. Quem sabe ele, ao se sentir tão confortável, não propaga sua marca por aí?
Rever os contratos com fornecedores é obrigatório para quem procura reduzir custos no mercado varejista. Isso exige uma pesquisa de mercado: uma corrida atrás dos melhores preços!
Grandes redes têm maior poder de barganha na renegociação de contratos. São clientes indispensáveis. Quem sofre mais nas mãos dos fornecedores são as empresas de menor porte.
Uma solução criativa encontrada durante os períodos de crise econômica no Brasil foi a formação de associações de varejistas, como a Supervizinho.
Criada em 2001, é hoje formada por dez supermercados de São Paulo. Juntos, eles podem elaborar contratos mais vantajosos do que sozinhos. A concorrência, nesse caso, pode ser uma parceira. É como dizem: a união faz a força.
Outro contrato que você certamente vai querer rever é o de aluguel.
É muito provável que o dono do imóvel, no momento de crise econômica, prefira renegociar o valor em vez de arriscar ficar com o espaço vazio.
Em determinadas situações vale a pena também a abertura de lojas menores. A Telhanorte tem feito isso: acostumada em manter lojas gigantes, com mais de 5.000 m², abriu os pontos mais recentes em espaços com menos de 3.000 m².
É uma diferença considerável não apenas no aluguel, mas nos custos de manutenção e energia.
A Unilever anunciou meta de reduzir as embalagens em pelo menos um terço até 2020. É uma ação ecológica, para reduzir emissão de carbono, mas também traz cortes no orçamento, e não apenas com redução no uso dos materiais.
Na Inglaterra, as primeiras mudanças na embalagem de desodorante representaram economia de 35% com logística. Se reduzir custos é prioridade, essa alternativa não pode ser descartada pelo mercado varejista.
Afinal, cada uma dessas medidas, cada centavo salvo no orçamento, pode ali na frente separar: quem pede a falência e quem sobrevive.