Lojas com prateleiras invisíveis, carros voadores e produtos que se teletransportam para a casa do cliente. A cena bem que poderia render roteiros de filme de ficção científica.
Na prática, as novas tecnologias não são tão cinematográficas assim: elas redefinem ideais futuristas para ir além do mero entretenimento.
No caso da realidade aumentada no varejo, a inovação mira em uma experiência de compra integrada e informativa para atrair clientes de volta à loja física.
Os varejistas sabem há tempos que os brasileiros estão cada vez mais consumindo pela internet: 7 a cada 10 compram online regularmente.
O cenário, no entanto, está longe de significar total satisfação com a experiência digital. Insegurança, receio de fraudes e dúvidas em relação ao produto são alguns dos principais motivos de abandono de carrinho em e-commerces.
E é nesse contexto que tecnologias como a realidade aumentada passam a ser vistas como uma oportunidade para o varejo físico se reinventar e entregar o melhor dos dois universos a quem mais importa: o consumidor.
De forma simples, realidade aumentada (ou AR, de Augmented Reality) é a tecnologia que combina elementos do mundo real e virtual.
Ela funciona a partir de softwares e dispositivos, como smartphones e tablets, que capturam imagens ou códigos e projetam informações no ambiente físico de maneira integrada. É como se essas criações digitais fizessem parte da realidade.
A tecnologia ficou famosa no mundo inteiro com o jogo Pokémon Go e com os filtros de rosto criados pelo Snapchat e popularizados pelo Instagram Stories.
Os nomes são parecidos, mas as tecnologias são diferentes. Enquanto uma amplia em tempo real o mundo que conhecemos, a outra simula uma nova realidade usando apenas elementos virtuais.
O uso de óculos ou headsets é comum na realidade virtual (ou VR, de Virtual Reality), já que a tecnologia propõe uma imersão total, sem interação com o exterior, o que a torna, nesse ponto, menos acessível que a AR.
Nem quando o consumidor se desloca até a loja física a internet fica de fora da decisão de compra.
Em um levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), metade dos entrevistados afirmaram que sempre pesquisam online antes de comprar na loja – apenas 18% dispensam a consulta virtual.
Por que, então, não integrar os diferenciais do varejo físico ao mundo de informações instantâneas do digital? Com a realidade aumentada, a loja se transforma em um espaço de descobertas, praticidade e autonomia para o shopper.
O ponto de venda deixa de ser apenas um local para ver e sentir o produto e passa a ser, também, um lugar para acessar conteúdos digitais exclusivos, testar produtos rapidamente, entrar em contato com informações específicas e detalhadas, e decidir a compra.
Em meio a tantos sites e influenciadores digitais, fazer o cliente ter interesse em entrar na loja é uma tarefa desafiadora – até que se entregue algo a mais.
As pessoas querem viver experiências, ainda mais quando o assunto é consumo, e oferecer isso no ponto de venda muda a maneira como o shopper se relaciona com o varejo.
Quem não quer ser percebida como uma marca inovadora e alinhada ao comportamento e estilo de vida do consumidor?
É nesse ponto que o distanciamento da compra online pode ser resgatado pela presença na loja. A experiência cria satisfação, reforça os vínculos e tem resultados nas vendas.
Do que é feito esse produto? Qual a opinião de quem comprou? E as ofertas mais em conta e peças similares? Perguntas como essas podem ser respondidas no momento em que o shopper direciona uma câmera para o produto na loja.
Um conteúdo interativo e exclusivo da marca pode organizar vídeos tutoriais, composição detalhada do produto, comentários de clientes, comparação de preços, localização dos produtos e possibilidade de adicionar o artigo no carrinho para facilitar a compra.
A realidade aumentada cria experiências dentro do ponto, mas também pode ser usada para atrair a atenção de quem passa pela rua ou pelo shopping.
Foi o que fez a C&A para lançar a coleção de verão 2019. Por meio de um aplicativo desenvolvido pela marca, as pessoas eram convidadas a apontar a câmera do celular para a vitrine. Assim, visualizavam vídeos com combinações possíveis das peças. A comunicação foi complementada nas araras com sugestões de looks.
Um inofensivo dragão estampado em um rótulo de cerveja cria vida e solta chamas no supermercado ao ter um celular apontado em sua direção.
Além de despertar a curiosidade do shopper, é um recurso de realidade aumentada utilizado pelas marcas na construção de narrativas e ampliação da visibilidade dos produtos no ponto de venda.
Experimentar todas as cores de sombras para decidir qual maquiagem mais combina com o tom de pele pode levar poucos minutos – e nenhuma pintura no rosto. Só é preciso um espelho com escaneamento facial em 3D e em tempo real, como faz a Sephora.
A aplicação também tem tudo a ver com o varejo de moda. No espelho interativo, o consumidor testa looks sem precisar realmente experimentar todas as estampas, cores e modelos de roupas. Mas, por estar no ponto físico, consegue checar material, textura e qualidade da roupa, por exemplo.
Como deu para notar, incorporar a realidade aumentada nas lojas eleva a experiência do consumidor, impulsionando as vendas.
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