Mais do que nunca, os consumidores exigem personalização, mas, acima de tudo, simplicidade.
Eles querem ser reconhecidos pelos seus hábitos e pressionam as marcas para adotarem seus valores e estilo de vida. Pesquisam, questionam e compartilham informações a todo momento, mas estão, cada vez mais, valorizando seu tempo individual.
É o que aponta a Euromonitor International, empresa de pesquisa de mercado, no relatório 10 Principais Tendências Globais de Consumo 2019. O estudo na íntegra, em inglês, pode ser conferido aqui.
Em um mundo em constantes mudanças, mapear o comportamento do público e entender seus hábitos de consumo é peça fundamental para a estratégia de qualquer empresa.
Pensando nisso, reuni os principais pontos de cada tendência que merecem a atenção do varejo neste ano, sem perder de vista a realidade brasileira.
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1. Gerações mais velhas querem ser lembradas pelas marcas como jovens
As pessoas estão vivendo mais e ressignificando o que conhecemos por velhice. Além da atenção ao corpo e à mente, elas querem ser tratadas como jovens – porque se sentem assim.
E esses consumidores esperam que o mercado forneça produtos e serviços que ultrapassem os limites das gerações, já que as inovações tecnológicas estão no radar tanto de millennials quanto de quem nasceu até meados dos anos 1960.
Segundo o estudo, quase 30% da população brasileira terá mais de 50 anos em 2025. Uma fatia interessante de consumidores para marcas e empresas explorarem, tanto pelo potencial de crescimento quanto pelo poder de compra, que supera o dos mais jovens.
2. Menos é mais: a busca por produtos simples, autênticos e de qualidade
Consumir itens padronizados está ficando menos atrativo a cada dia. Isso porque, agora, o consumidor quer expressar sua individualidade por meio do produto.
A tendência reflete não só um desejo por personalização, mas também uma vontade de retomar o controle do que comemos, bebemos ou passamos na nossa pele.
Essa busca por experiências autênticas embalou o recente interesse em produtos artesanais e de produtores locais.
O que pode ser visto, por exemplo, nos mercados de beleza, pela demanda crescente por produtos que usam ingredientes naturais, e de bebidas, pelo maior consumo de cervejas artesanais.
Esse fato, aliás, impulsionou o aumento de 91% de cervejarias no Brasil nos últimos três anos, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Mais trigo e malte: marcas populares de cerveja, como Skol e Brahma, vêm lançando suas linhas premium focadas na exigência do consumidor / Fonte: Divulgação
3. Consumismo fora de moda: ética e consciência ambiental em pauta
O cuidado com o outro, com os animais e o meio ambiente originou novos hábitos de consumo, consequência de uma preocupação crescente do consumidor com a origem dos produtos.
A onda também passa pelo Brasil: somos o sexto país onde a população vegetariana mais cresceu entre 2016 e 2017.
A tendência já foi identificada tanto por grandes redes de fast food como o McDonald’s, que incluiu em 2018 dois hambúrgueres vegetarianos no cardápio brasileiro, quanto por marcas de beleza como The Body Shop, Lush e Nívea, que combatem testes em animais e levantam bandeiras como a de proteção à natureza.
Na indústria, Procter & Gamble, Unilever e Johnson & Johnson adquiriram marcas já posicionadas como naturais.
4. Cada vez mais unidos – digitalmente
A tecnologia vai continuar transformando não só a maneira como nos comunicamos, mas como trabalhamos, consumimos e colaboramos uns com os outros.
O desafio, segundo o relatório, será desenvolver novas tecnologias user-friendly que conversem com as altas capacidade técnicas de produtos e serviços.
Inteligência artificial, análise preditiva e realidade virtual já foram tecnologias do futuro. Hoje, são utilizadas por varejistas do mundo inteiro em softwares interativos e fáceis de usar.
As aplicações são diversas: melhorar a experiência do consumidor, prever hábitos de consumo, direcionar campanhas de marketing ou treinar funcionários, como faz o Walmart nos Estados Unidos com realidade virtual.
5. Todos são especialistas – o consumidor também
Se antes os consumidores eram seduzidos pelo marketing das empresas, hoje eles pesquisam, questionam e compartilham informações para decidir suas compras.
A voz das marcas disputa espaço com influenciadores digitais, redes sociais e sites de avaliações e monitoramento.
Para o estudo, a máxima “o cliente tem sempre razão” nunca foi tão verdadeira. E, se a relação entre varejista e consumidor se transformou, só há um jeito de reconquistá-la: por meio da transparência.
Beauty Insider Community: a Sephora disponibiliza um espaço virtual para o cliente trocar informações e dicas com outros clientes e especialistas em beleza
6. O prazer em voltar à vida real
Era uma vez o estilo de vida workaholic. Mais atentos à saúde mental, os consumidores estão valorizando a própria companhia e dando adeus à sensação de “estar perdendo alguma coisa”, causada, principalmente, pelas redes sociais – tendência dos últimos anos, conhecida como FOMO, ou “Fear of Missing Out”.
No lugar dela, acredite, entra o prazer em não participar (JOMO, “Joy of Missing Out”).
O que as marcas precisam entender: o consumidor está mais seletivo e quer usar o seu tempo de forma produtiva, proteger seus dados pessoais e reduzir o tempo online (não se sentem mais tão atraídos para compartilhar), tendo em troca experiências da vida real.
7. Do It Yourself: o consumidor quer cuidar dele mesmo
Os consumidores estão dispensando a ajuda direta de especialistas ou profissionais intermediários. Não é nada pessoal – eles só estão buscando maneiras de simplificar suas vidas.
Entre o novo produto do momento e uma solução simples que atenda às suas necessidades, a tendência é a escolha pela segunda.
Demanda captada, por exemplo, por empresas que trabalham com plataformas SaaS (Software as Service) e alguns varejista como a Amaro, que substituiu os caixas e filas nas lojas por tablets: a cliente finaliza a compra sozinha e recebe o produto em casa, no mesmo dia.
8. Por um mundo sem plástico e desperdício
O plástico é o material preferido das indústrias para embalagens, pela sua durabilidade e versatilidade.
Mas os efeitos negativos no meio ambiente, antes uma preocupação de nicho, ganham a atenção de consumidores do mundo inteiro, que cobram um posicionamento real das marcas.
A verdade é que as empresas só tendem a ganhar ao melhorar suas práticas sustentáveis, já que cresceu o número de pessoas dispostas a pagar mais por embalagens e produtos recicláveis.
O relatório ilustra a tendência com a brasileira IVY, marca especializada em cápsulas recicláveis de produtos de limpeza, feitos com ingredientes de origem natural.
9. Consumidores ocupados: é hora de poupar o tempo deles
As pessoas têm cada vez menos tempo a perder, e isso é levado em conta na hora de consumir. Elas querem soluções que deixem a vida mais prática, e que sejam entregues com agilidade e da maneira mais simples possível.
A expectativa é que a tecnologia 5G, o big data e a inteligência artificial coloquem produtos e serviços no mercado que atendam a essa demanda, que é ainda mais alta entre os consumidores de 30 a 44 anos, propensos a pagar mais caro.
Um exemplo é o Amazon Go, o “supermercado do futuro”, já em atividade nos Estados Unidos. O cliente pode simplesmente retirar um produto da prateleira e sair da loja – por meio de QR Codes, sensores e aplicativo, a conta é cobrada automaticamente no cartão de crédito.
10. De olho nos solteiros: eles querem conveniência e baixo custo
Há um segmento de mercado em ascensão: o de pessoas que moram sozinhas. É o tipo de lar que mais vai crescer até 2030, segundo o estudo.
O grupo, formado por pessoas acima de 50 anos, viúvos, separados e solteiros por toda a vida, mantém hábitos de consumo distintos do consumo das famílias tradicionais.
Produtos duráveis e de alta qualidade não chamam tanto a atenção desses consumidores quanto soluções úteis a um preço acessível.
Independentes, eles priorizam a segurança financeira, o que não os impedem de aproveitar experiências como adotar um animal de estimação ou fechar pacotes de viagem em grupo.
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