Dados de mercado

Geofusion na APAS Show: confira o melhor do que vimos por lá

Saiba mais sobre as estratégias de grandes players do setor supermercadista para expansão e aumento das vendas


Entre 15 e 18 de maio, aconteceu o APAS Show, maior evento de alimentos e bebidas das Américas e principal feira supermercadista do mundo, produzido pela Associação Paulista de Supermercados.

Realizado no Expo Center Norte, em São Paulo, o encontro contou com expositores de diversos estados e países, além da 37ª edição do Congresso de Gestão, com mais de 70 palestras sobre tendências, soluções e inovações em toda a cadeia produtiva do setor.

A Geofusion esteve presente com um estande especial explicando sobre as inúmeras aplicações da inteligência geográfica de mercado no segmento, e também acompanhando as apresentações de grandes especialistas.

Confira abaixo os principais insights sobre o futuro das lojas no país.

Nova call to action

Há mais espaço para lojas de proximidade

O Congresso contou com uma trilha específica sobre varejo de vizinhança, em que executivos de diferentes redes do Brasil discutiram cases de sucesso e dados a respeito do crescimento desse modelo de negócio.

Estar perto do consumidor é conveniente

Dácio Moraes foi diretor de Operações nas empresas Dia, Carrefour e Grupo Big, e compartilhou sua percepção a respeito do setor supermercadista no país, na apresentação “Traduzindo a Estratégia na Operação da Loja de Vizinhança”.

De acordo com o especialista, os produtos de feira e conveniência se destacam nas lojas quando se trata de margem de EBITDA e frequência de compras.

Embora sejam itens que nem sempre ocupam grande fatia no ticket médio das empresas, esse efeito no comportamento do consumidor ocorre devido à perecidade deles, fazendo com que o cliente vá mais vezes ao estabelecimento.

Isso é algo oportuno para o varejo de proximidade, uma vez que se trata de um modelo de negócio com foco em reposição diária para venda de snacks e alimentos prontos para consumo.

Por outro lado, há um desafio logístico nessas operações – ao mesmo tempo em que esses produtos estragam mais rápido, também existe a demanda por parte do consumidor para que eles estejam sempre frescos.

Além disso, existem especificidades que dificultam essas operações, sobretudo em grandes centros urbanos, como os trajetos muito longos, o trânsito ou mesmo regulamentações que proíbem barulho após determinado horário.

Dácio Moraes, ex-diretor de Operações das redes Dia, Carrefour e Grupo Big

Serviço bem feito fideliza

Perspectivas semelhantes foram discutidas por Gilmario Cavalcante, diretor comercial e de Estratégias de Varejo no Mercê do Bairro, e Jovino Reis, dos supermercados Bahamas, no painel “Loja de Vizinhança: Proximidade e Relacionamento Que Fazem a Diferença”, mediado por Marco Aurélio Reis, Business Unity Head do Shopping Brasil.

Segundo os profissionais, os consumidores procuram dois tipos de proximidade em um atendimento: o geográfico e o humano.

O primeiro fator está relacionado tanto à facilidade em adquirir os produtos que eles desejam quanto à competitividade do mercado.

Afinal, atualmente os clientes são menos fiéis às marcas, de modo que, ao não encontrar algum item em uma gôndola, optam por ir a outro estabelecimento onde possam suprir isso.

Já o segundo critério diz respeito à qualidade da prestação de serviços realizada pelas empresas em aspectos como limpeza da loja, iluminação e precificação.

Isso porque a má experiência em um local está entre os motivos de os clientes preferirem um estabelecimento em detrimento de outro. Conforme apontam, muitas vezes o mais importante é que os varejistas façam “o básico bem feito”.

Marco Aurélio Reis, Gilmario Cavalcante e Jovino Reis durante painel sobre lojas de proximidade

O consumidor tem comprado menos

Ricardo Soares, diretor Canal Vizinhança na Ambev, na palestra “Os Desafios da Loja de Proximidade” também pontuou sobre o fato dos consumidores buscarem diversas opções para consumo atualmente, tanto no físico quanto no digital.

Não apenas a lealdade deles diminuiu com o passar do tempo, como ainda há maior atenção aos preços e a canais alternativos de compra.

Esse é um comportamento que tem se acentuado nos últimos anos, devido ao desenvolvimento de novas tecnologias nas lojas e ao cenário macroeconômico.

Segundo dados apresentados pelo especialista, hoje as vendas no varejo ficam concentradas principalmente no início do mês, com maior ticket médio e menor quantidade de itens quando comparados ao início de 2021.

No entanto, ocorre maior recorrência na ida dos clientes às lojas, e menos compras no restante das semanas.Isso porque, considerando a diminuição do poder aquisitivo da população, as pessoas realizam suas principais compras logo após receberem o salário, e então procuram aproveitar promoções disponíveis no decorrer dos outros dias.

Ricardo Soares, da Ambev, apresentando sobre efeitos da macroeconomia no consumo

Lojas conceito: inovação pode vir de dentro

Além da proximidade, outra importante tendência discutida no Congresso foi a loja conceito, em que profissionais que lideram projetos específicos para este formato compartilharam suas experiências a respeito. Confira os highlights a seguir:

Estabelecimentos atrativos geram lucro

De acordo com Manoel Alves Lima, senior partner na FAL Design Estratégico, na apresentação “Incorporando as Tendências Em Lojas Conceitos”, muitas das características que diferenciam as lojas conceito das outras estão relacionadas ao ambiente delas.

Isso porque unidades que proporcionam experiências positivas aos seus clientes acabam se tornando as preferidas, assim gerando valor agregado.

Como aponta o especialista, quanto mais tempo uma pessoa passa dentro da unidade, maior é sua fidelização, levando a aumento da margem.

Modelos de negócio como esses são bastante utilizados de maneira laboratorial pelas empresas – isto é, testando novas abordagens com parte de seus clientes para obter insights a respeito de produtos ou serviços.

Embora em muitos desses casos sejam implementadas novas tecnologias – como inteligência artificial ou meios de pagamento sem fricção, Lima salientou que nem sempre isso é extremamente necessário.

Exemplo disso é a Jumbo, supermercadista holandesa que definiu horários de “caixa lento” para clientes idosos que gostam de conversar e interagir com os atendentes. O diferencial está na atenção que este público passa a receber, gerando proximidade e valor à marca.

Personalização itens e serviços segue forte

Júnior Abreu, head de Store Experience B2C do O Boticário, apresentou na palestra “Lojas Conceitos, Uma Verdadeira Experiência!” o case do Boticário Lab, estratégia da empresa que oferece serviços exclusivos em três estabelecimentos da rede.

Para isso, a companhia investe em criação de espaços temáticos, atendimento personalizado, gestão estratégica de mix de produtos, experiências inovadoras e eventos especiais.

O primeiro deles foi inaugurado em Batel, bairro de Curitiba (PR), e possui uma estética industrial, com tubulações e estruturas aparentes, e decoração similar à botica antiga.

O seguinte a abrir as portas, em Pinheiros, São Paulo (SP), procura reforçar aspectos sustentáveis da marca, com sistema de reuso de água e reaproveitamento das paredes do imóvel onde ela está localizada.

Já a unidade do Morumbi, também na capital paulista, alterna de temas várias vezes ao ano, contando com experimentação de maquiagem e skin, além de customização de produtos de acordo com o perfil de cada cliente.De acordo com Abreu, as lojas são projetadas conforme o perfil do público-alvo das regiões em que elas são inseridas, considerando suas características e interesses.

Júnior Abreu, apresentando como funciona a loja-conceito de Batel, Curitiba (PR)

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