Expansão de Negócios

Drive-thru para shoppings e lojas: como aplicar inteligência geográfica

Varejistas que aderem ao drive-thru para distribuir ou entregar seus produtos têm mais segurança nas decisões com inteligência de dados.


Com a restrição de circulação de pessoas em decorrência da pandemia, a logística se tornou uma questão crucial para as empresas. O drive-thru, já conhecido para compras de fast food, se expandiu e passou a abranger diferentes segmentos do varejo.

A novidade apareceu a partir da aproximação do Dia das Mães. O feriado, que costuma ser um dos mais movimentados para o setor, já tendia a apresentar resultados menores, considerando os impactos da quarentena.

Por outro lado, algumas empresas em São Paulo encontraram saídas para contornar essa situação. Ainda que os shopping centers não possam abrir, o drive-thru apareceu como resposta criativa para isso.

Ao realizar a compra pela internet, o cliente escolhe em qual unidade deseja fazer a retirada do produto. Outra solução consiste em utilizar os locais como centros de distribuição, otimizando as entregas das mercadorias.

A estratégia ajuda a diminuir os efeitos da pandemia no orçamento das empresas. Mas, ao mesmo tempo, exige cautela para não gerar aglomerações.

Veja abaixo como a utilização dos dados certos de territorialidade e sociodemografia podem ajudar a definir a melhor forma de seguir neste caminho.

Usando a base interna de dados para drive-thru

Caso sua empresa tenha registro das transações com dados como o endereço dos clientes, é possível extrair inferências bastante precisas a respeito do perfil deles.

Isso é mais comum para vendas realizadas online, mas também é possível que haja esse tipo de informação por meio de cadastros offline, por exemplo. De qualquer forma, há várias maneiras de saber onde seus clientes moram.

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Por meio disso, você consegue saber qual a unidade mais próxima deles, a que distância estão ou mesmo qual é a que possui maior fluxo de clientes.

No caso de compras em canais digitais, identificar quais são os territórios onde ocorreram a maior quantidade gera indícios de locais para direcionar as entregas.

Por meio de ferramentas de inteligência geográfica de dados, essas informações se tornam representáveis em forma de mapa digital. Isso facilita a visualização e, consequentemente, a interpretação dos fatores mais relevantes.

A melhor opção para isso é o OnMaps, que, além dos dados internos, ainda permite o cruzamento com informações de 250 fontes oficiais, tanto públicas quanto privadas.

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Número de população residente em parte da cidade de São Paulo. Amostra coletada por divisão conforme distritos do município.

Entretanto, é importante observar que se, em outros períodos, a circulação de alto fluxo de clientes era um bom sinal, o objetivo em meio ao isolamento social se torna quase o oposto.

Gerir essa dinâmica é o mais importante para que a saúde e a segurança de todas as partes envolvidas sejam preservadas.

Tráfego, tempo e distância

Uma vez sabendo onde moram os seus clientes, é preciso pensar no que os faz saírem de casa em meio ao isolamento social. No caso, o ideal é que isso aconteça apenas para idas em supermercados, farmácias e outros estabelecimentos considerados essenciais.

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Em outros períodos, esses já costumam ser, por si só, considerados pólos geradores de tráfego, ou seja, tipos de empresas que atraem fluxos de pessoas. Isso faz com que seja interessante abrir ou manter uma unidade próxima deles, dependendo da estratégia.

Na pandemia, essa atenção deve ser redobrada. Afinal, o mais provável é que os clientes prefiram sair de casa apenas para essas necessidades, e que a passagem por um drive-thru ocorra somente se incluir um desses pontos na rota.

Além disso, o tempo que será passado neste trajeto também é fator decisivo. Quanto menos chances forem dadas para a proliferação do vírus, melhor. E o mesmo vale para a decisão a respeito do quão longe se está disposto a ir.

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Analisando o trajeto do cliente

Quando se trata de cartografia, dois tipos de informações não tão conhecidas, mas relevantes neste tipo de situação, são as isócronas e as isocotas.

Analisar uma isócrona significa que, definindo o tempo que se pretende levar para realizar uma ação, descobre-se até onde se consegue chegar. Já a isocota diz respeito a delimitar a distância e, a partir disso, descobrir o tempo.

Sabendo onde se concentram a maior parte dos clientes que realizam compras em uma loja, é possível saber, então, qual é o tempo que ele demora para chegar à loja, e se existem outros estabelecimentos de interesse no entorno.

Imagine que um shopping decida abrir seu ponto para drive-thru no distrito de Itaim Bibi, em São Paulo. Por meio do OnMaps, buscamos as unidades existentes dentro da região, e identificamos quantas farmácias, hiper e supermercados existem nas proximidades.

No exemplo abaixo, os shoppings foram representados nos círculos vermelhos, enquanto as farmácias são as estrelas verdes, e os varejos alimentícios, os triângulos amarelos:

Shoppings no Distrito de Itaim Bibi

Nota-se que, neste caso, é uma área com quantidade interessante de pólos. Pegamos um dos shoppings como exemplo e supomos que os clientes estariam, então, dispostos a se deslocar até 3 km de distância de carro para buscarem seus produtos:

Shoppings no Distrito de Itaim Bibi - 3km área por deslocamento

Percebe-se que parte dessa área abrange territórios externos ao distrito que está sendo analisado. Isso pode fazer pouca diferença fora do período da quarentena, caso sejam ofertados produtos exclusivos, por exemplo.

Mas, considerando as restrições vigentes, seria de se questionar se as populações que moram um pouco mais distantes fariam esse percurso. Daí a importância de ter os endereços das transações mais recentes na base interna de dados.

Se um shopping concorrente ao redor também optar pelo drive-thru, ou se o número de pólos for o suficiente para satisfazer o cliente antes de chegar na unidade, deixa de ser interessante que se vá até ali.

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Outros dados importantes

Para que uma ação desse tipo funcione, convém ter em mente uma imagem bem definida do perfil do seu cliente. Isto é, como ele se comporta, o que compra e onde mora, entre outros aspectos específicos do seu tipo de empresa.

Com uma análise coerente e precisa, especialmente em um momento financeiramente delicado, torna-se muito mais seguro escolher a melhor alternativa para o seu drive-thru com base em inteligência de dados.

Ainda que a solução tenha aparecido em um período de grandes restrições, muito aprendizado pode ser tirado deste momento para os próximos meses.

Confira abaixo mais algumas informações exclusivas para te ajudar a pensar, desde já, em algumas delas:

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