O fechamento de estabelecimentos devido ao novo coronavírus proporcionou um cenário altamente restritivo às empresas. Em meio a isso, o uso de dados para marketing digital despontou como solução para driblar as dificuldades do espaço físico.
A estratégia, que já é tendência há um tempo, mantém o contato entre público e marca em um momento em que o contato presencial se torna limitado.
Entre as principais vantagens em se trabalhar com ferramentas digitais está a precisão em atingir o prospect, desde que o plano seja traçado com inteligência.
Um recurso desses canais que muitas vezes não é tão explorado é o da segmentação de ações por dados geográficos.
Em um contexto em que a proximidade se torna uma questão sensível, utilizar inteligência para obtenção de resultados leva a saídas criativas e inexploradas pelo mercado.
De modo geral, é bastante comum utilizar informações sobre a quantidade de circulação de pessoas, o PEA Dia (População Economicamente Ativa durante o Dia), para decidir onde abrir uma unidade.
É frequente que os maiores resultados dessa busca sejam em áreas de forte presença empresarial. Mas, em um momento em que parte da população está passando o dia dentro de casa, convém observar essas movimentações em âmbitos mais específicos.
Ou seja, mesmo em bairros domiciliares, costuma-se haver determinados pontos onde se concentram os principais comércios do entorno, como supermercados, padarias e bancos.
Com a utilização de inteligência geográfica de dados para marketing digital, é possível ter uma indicação de onde se localizam esses estabelecimentos.
Um estudo útil também consiste em comparar com os pólos geradores de tráfego da área, ou seja, grandes redes ou serviços como transportes e museus que acabam atraindo as pessoas ao redor deles.
Entretanto, é importante saber que as empresas as quais correspondem nem sempre possuem presença significativa no bairro ou área em questão.
Neste caso, a pertinência da utilização ou não desse tipo de informação varia bastante conforme o território de análise.
Dependendo do tipo de produto com o qual a empresa trabalhe, também convém estudar o potencial de consumo conforme renda ou densidade demográfica.
Vista aérea de Salvador, BA. Foto: Getty Images.
O Google Ads é uma ferramenta que possui diversas formas de se trabalhar com campanhas, geralmente relacionadas à pesquisa ou à navegação do usuário na internet.
Quando se trata de segmentar um anúncio com base em dados geográficos, há três tipos de possibilidades:
O primeiro caso é interessante para empresas que atuam em praticamente todas as regiões de um país, ou em vários deles ao mesmo tempo, e deseja atingir o máximo do potencial que possuem.
A segunda é mais recomendável àqueles que realizam vendas mais pulverizadas, possuindo ampla cobertura em cidades específicas, por exemplo. Neste caso, ela pode abranger áreas mais bem delimitadas.
Essa é uma distribuição que é mais interessante para estabelecimentos que estão permitidos atuarem durante o isolamento. Neste caso, convém descobrir aqueles que possuem maior potencial em relação à população do entorno.
O terceiro caso é mais conveniente quando se trata de estudar uma unidade ou área mais precisa.
O terceiro caso é mais conveniente quando se trata de estudar uma unidade ou área mais precisa.
É o caso, por exemplo, de análises de empresas que possuam certa influência local ou delivery, podendo portanto abranger estabelecimentos que atuem com esse tipo de serviço.
Este é um recurso útil quando ocorrem movimentações mais sutis, como a do deslocamento na concentração de consumidores entre os bairros de uma cidade devido à pandemia. Assim, o foco da estratégia também pode mudar para esses outros territórios em específico.
Assim como o Google, o Facebook e o Instagram também permitem que a segmentação seja feita tanto por área quanto por raio. Neste último caso, é possível alcançar usuários por meio de três variáveis:
Assim como na delimitação por raio do Google Ads, essas informações são interessantes para empresas de atuação local, delivery ou e-commerce. Como?
A diferença consiste, basicamente, na dinâmica das informações. Uma unidade de drive-thru, por exemplo, pode ter interesse em prospectar clientes que tenham passado recentemente pela região da unidade.
Ou, então, o estudo pode ser pertinente justamente para que se consiga gerir a área de cobertura das entregas de produtos. Outra possibilidade consiste em determinados bairros sofrerem maior aquecimento na demanda, especialmente no período de isolamento.
Neste caso, a informação pode ter origem tanto na base interna da empresa quanto por meio de ferramentas de análise do entorno. Ambos os dados, seja de modo isolado, seja conjunto, podem alimentar insights para a alocação de investimentos.
É comum que empresas que tenham plataformas próprias de entregas ou cadastro na de terceiros conquistem, com o passar do tempo, certa base de CEPs dos clientes.
Uma vez possuindo esses dados bem organizados, elas conseguem, nos dias de hoje, subir essas informações e deixá-las representadas em um mapa digital. Assim, fica muito mais fácil visualizar onde há maior interesse por certos produtos.
A partir disso, traçando um raio com base nessa relação entre a demanda e a capacidade local de atendimento, a utilização desses dados para marketing digital se torna muito mais assertiva quando aliadas às estratégias específicas de cada canal.
Convém ressaltar, ainda, que produtos associados a características mais específicas como idade, gênero ou renda, também podem ser mapeados de forma mais precisa.
Afinal, ambos os tipos de recursos fornecem a oportunidade de se trabalhar com sociodemografia e territorialidade ao mesmo tempo. Basta descobrir e delimitar quais os fatores de sucesso mais determinantes para a estratégia em questão.
Estas foram algumas das formas de se trabalhar com inteligência geográfica para expandir oportunidades em cenários específicos. Quer conhecer outras mais? Veja nosso material exclusivo: