Imagina comprar um produto pela internet e, em poucas horas, poder retirá-lo no posto de gasolina ou na estação de metrô mais próxima, sem frete ou atrasos.
Esse é o conceito de um modelo de entrega de encomendas já popular nos Estados Unidos e na Europa, que começa a ser aderido pelo varejo brasileiro.
São os chamados lockers, ou armários inteligentes de autoatendimento. Apesar de soar novo para nós, o sistema começou a ser testado há oito anos pela Amazon. Hoje, a gigante do varejo digital soma mais de três mil armários distribuídos em pontos estratégicos de diversas cidades norte-americanas.
A experiência chega ao Brasil
Por aqui, o pontapé inicial foi dado em 2018 pela Via Varejo. Ao comprarem pelo site, os clientes das redes Pontofrio, Casas Bahia e Extra têm a opção de buscar seus produtos em postos de combustível em São Paulo e no Rio de Janeiro.
A parceria com o Ipiranga, que promete se expandir para outras regiões do país, permite a retirada dos produtos a qualquer momento: 24 horas por dia, sete dias por semana. Basta informar o código da compra no painel de autosserviço e abrir o locker correspondente.
Já no setor farmacêutico, a única a implementar a novidade até agora é a gaúcha Panvel. Como teste, a rede instalou os primeiros armários na área externa de uma unidade em Porto Alegre.
Agora, os clientes já podem retirar medicamentos e produtos de higiene e beleza dentro do Hospital Universitário de Pelotas ou em condomínios residenciais e comerciais em São Paulo, por exemplo.
Além das lojas físicas
Na onda das estratégias omnichannel, a tendência é vista como um desdobramento do Click & Collect, serviço de compra online e retirada do produto na loja física.
Assim como no caso da Panvel, o sistema de lockers da Via Varejo é parte do programa “Retira Rápido”, que desde 2014 possibilita ao cliente que compra na internet a retirada na loja ou em agências dos Correios.
E, ao que tudo indica, o consumidor brasileiro abraçou a novidade. No último trimestre de 2018, a alternativa representou 31,3% das vendas online nas principais categorias das redes Casas Bahia e Pontofrio.
Número expressivo que pode apontar o mesmo cenário de mercados consolidados como Estados Unidos, Alemanha e Japão, onde o “Clique e Retire” já corresponde à metade das operações online.
Cada vez mais incorporada pelos grandes varejistas, a solução pretende integrar os canais de venda e trazer o cliente de volta à loja. O serviço de lockers, por outro lado, vai além da estratégia multicanal e amplia os pontos de coleta, oferecendo ainda mais vantagens ao consumidor e ao varejista.
Praticidade para o cliente
Se o modelo de retirar na loja já elimina problemas de rastreamento, atrasos e custo do frete, os lockers inteligentes oferecem ainda mais conveniência, agilidade e autonomia a quem compra online.
A experiência de buscar um produto na loja física inclui processos pouco práticos: restrição do horário de funcionamento, interação com funcionários e possibilidade de filas, caso a mercadoria seja retirada no balcão de atendimento.
Por outro lado, a retirada nos lockers tende a ser mais veloz. Como num caixa rápido de banco, o consumidor só precisa se identificar no painel, por meio de dados como CPF e QR Code da compra.
Isso, provavelmente, no mesmo dia em que comprou o produto na internet, já que a encomenda fica disponível no armário poucas horas após a aprovação do pedido.
A localização estratégica também é um atrativo. A ideia é que os armários estejam em locais próximos ao trajeto do cliente, sem que seja preciso modificar a rotina, possibilitando o menor deslocamento possível.
Além disso, a centralização da entrega em pontos específicos de coleta influencia no bolso do cliente. Os preços mais vantajosos, você deve imaginar, têm tudo a ver com os benefícios que esse modelo oferece às empresas.
Menor custo ao varejista
Não é novidade para ninguém os desafios que a logística brasileira enfrenta. O transporte do produto até o destino final ainda é caro e trabalhoso.
Assim, concentrar as entregas em um mesmo ponto, por si só, garante um custo mais baixo e maior efetividade, principalmente às empresas com operações nacionais que dependem de transportadoras.
Apostar na tendência oferece algo a mais: a facilidade em instalar pontos de coleta pela cidade, se comparado à abertura de novas lojas, com todos os gastos em estrutura, equipe e manutenção, e a proximidade com o cliente, que incentiva o consumo.
Agora, os custos logísticos, que seriam repassados ao consumidor, podem garantir a vantagem competitiva para sair na frente da concorrência.
Mas, afinal, onde instalar os pontos de coleta?
Estar cada vez mais próximo do cliente é o sonho de todo varejista. E é exatamente isso que deve ser priorizado na escolha da localização dos lockers.
O melhor caminho para tal é contar com uma ferramenta de geomarketing. Assim, você descobre áreas com grande fluxo de pessoas nas cidades.
Onde há concentração de consumidores? Quais bairros têm mais moradores e vai e vem de trabalhadores? E o quarteirão mais movimentado?
Um bom indicador é a presença de polos geradores de tráfego nas regiões. Observe onde há agências bancárias, escolas, estações de metrô e shoppings. Você vai querer que seus pontos de coleta estejam próximos a eles.
Outra dica é mapear as suas unidades e o endereço dos seus clientes. Dessa forma, é possível traçar a área de influência de cada loja e descobrir o quanto o seu cliente está disposto a percorrer para chegar ao produto. Fica ainda mais fácil para quem já trabalha com o sistema de Click & Collect na loja física.
Cruzando esses dados, as áreas brancas, ou seja, os locais onde você não atua, ficam evidentes e podem revelar potenciais locais para a instalação dos pontos de coleta.
Para as análises ficarem ainda mais assertivas, trace as características do público do entorno, como renda média e hábitos de consumo.
Aliar o geomarketing às estratégias do varejo faz toda a diferença. E para que você conheça as soluções disponíveis no mercado, sugiro o download do material abaixo.